Confissão
Jesus chama à conversão, (Cf. Mc 1, 15), e este apelo continua a ecoar na vida dos cristãos. Este esforço de conversão é, por um lado, obra humana e, por outro, o movimento do “coração contrito” (Cf. Sl 51 ou 50) atraído e movido pela graça a responder ao amor misericordioso de Deus, que nos amou primeiro.
O movimento da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na “Parábola do Filho Pródigo”, cujo centro é “o Pai misericordioso”. Somente o Coração de Cristo, que conhece as profundezas do amor do Pai, nos pôde revelar o abismo da sua misericórdia.
“Um homem tinha dois filhos… O mais novo partiu para um país longínquo e aí dissipou os seus bens numa vida dissoluta… Caindo em si mesmo, disse… Partirei, voltarei a casa de meu Pai e dir-lhe-ei: «Pai, pequei contra o céu e contra ti…» Vendo-o ao longe, o Pai foi tocado de compaixão; correu a atirar-se ao pescoço de seu filho e abraçou-o longamente…” (Lc 15, 11-32).
O pecado é, antes de tudo, uma ofensa a Deus, uma ruptura da comunhão com Ele. Ao mesmo tempo, fragiliza a comunhão com a Igreja e as nossas boas relações com os outros. Pelo baptismo, que nos tinha purificado de todo o pecado, fomos de facto consagrados para sermos morada do Espírito Santo, chamados a viver na santidade (Cf. Lumen Gentium, nº 10).
O pecado diminui a nossa semelhança com Deus. O sacramento da penitência traz, por um lado, o perdão de Deus e, por outro, a reconciliação com a Igreja.
Tem piedade de mim, Senhor, porque pequei…
Confessar-se não é informar Deus, ele que conhece, melhor que nós mesmos, os nossos corações; trata-se, em primeiro lugar, de sabermos reconhecer com franqueza os nossos pecados.
Cristo quis que a sua Igreja fosse o sinal e o instrumento do perdão e da reconciliação, que renovam a alegria e a confiança. Pelo ministério do sacerdote, os pecados são perdoados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.